Ei viajante, tudo joia? O post de hoje é mais uma da nossa série “Serras de Minas Gerais“. Você já ouviu falar na Cachoeira do Tabuleiro? Ela fica situada na Serra do Intendente e é a terceira cachoeira mais alta do Brasil! Nas próximas linhas vou compartilhar como foi minha experiência lá e dar várias dicas pra você curtir bastante o local!
# Localização
A Cachoeira do Tabuleiro fica situada dentro do Parque Natural Municipal do Tabuleiro e do Parque Estadual Serra Geral do Intendente no Distrito de Tabuleiro, que pertence ao município de Conceição do Mato Dentro/MG. É a cachoeira mais alta do estado de Minas Gerais e, como já disse ali em cima, a terceira mais alta do país.
A cachoeira que possui 273 metros de altura é conhecida, também, como “cachoeira do coração”, devido ao formato do paredão rochoso ao seu redor.
A vegetação é bem típica de cerrado. Gramíneas, sempre-vivas, árvores de pequeno porte com galhos resistentes, retorcidos, casca grossa e raízes profundas. O formato tortuoso é uma marca das queimadas, às quais são naturais no bioma. Quando a ocorrência de queimadas não é intensificada por ação humana, o cerrado possui capacidade de se recuperar e ele carrega marcas dessa resiliência no aspecto físico.
Podemos destacar duas espécies, a primeira é a lobeira, que possui um fruto que parece um tomate grande e verde. É toxico para o ser humano, porém tem propriedades sendo estudadas para cura de câncer. É uma espécie simbiótica com o lobo-guará, pois ao servir de alimento, é distribuída e plantada por ele quando o lobo defeca. A segunda espécie que merece atenção é a candeia, que possui um óleo essencial chamado alfa bisabolol, de interesse comercial para uso em medicamentos e cosméticos.
É uma diversidade muito linda de se apreciar! Você vai voltar mais leve, tenho certeza.
# Como chegar
De Belo Horizonte até a portaria do Parque são 185 km. Já do Rio de Janeiro são 630km e de São Paulo são 770km. O acesso de Conceição do Mato Dentro até a portaria do Parque se dá por estrada de terra (que está em boas condições).
O ideal é dormir na região para fazer em um dia a trilha da parte baixa da Cachoeira e no outro dia a trilha da parte alta. Eu fiquei hospedada na Pousada da Gameleira, no Distrito de Tabuleiro. Se você ainda não leu o post que eu fiz sobre a pousada é só clicar aqui.
# A cachoeira do Tabuleiro
O Parque funciona diariamente das 8h às 17h. Para acessar a parte alta da cachoeira você deverá passar pela portaria do parque até às 11h e para acessar a parte baixa até às 14h. Eles fazem isso por questões de segurança, para você conseguir terminar as trilhas antes de escurecer.
É cobrada uma taxa de visitação de R$10,00 por pessoa.
Observação: as atividades de esportes de aventura, como o rapel, escalada, slackline, base jump, etc são permitidas mediantes autorização prévia e checada a capacidade técnica do praticante.
Observação 2: não é permitida a entrada de animais domésticos.
Trilha parte baixa
São 3 km de caminhada até chegar no poço da cachoeira e mais 3 km para voltar. Tem uma placa no início da trilha falando que são 2,5 km, mas na verdade são 3 km.
Essa parte da trilha é bem sinalizada. É mais tranquila para ser feita sem acompanhamento, caso você não queira ir com um guia. Você vai encontrar várias placas identificando certas flores e árvores e alguns totens com informações sobre o parque. Mas eu realmente acho bacana ir acompanhado de um guia local, assim é possível conhecer melhor tudo que o parque em pra oferecer.
Quando você chegar na placa que indica o ponto G (hahaha) já vai ver um poço e se você não tiver habilidade para andar sobre pedras ou se tiver dificuldade para se locomover é melhor ficar por ali, pois a caminhada dali pra frente vai ficar mais técnica. Ali no ponto G dá pra aproveitar bastante, nadar, etc.
Ao chegar no poço principal você vai se deparar com um lindo paredão de pedra e a queda d’água da cachoeira do Tabuleiro. É lindo demais! Hora de se refrescar e aproveitar!
Trilha parte alta
Agora vem a parte hard do passeio, só os fortes chegarão! hahaha.
Da portaria do parque até a parte alta da cachoeira são 8 km de caminhada para ir e 8 km para voltar. Como eu fui com o Samuel, que é um guia local, ele nos mostrou um atalho e economizamos 4 km no total (achou pouco? acredite, faz muita diferença rs)
Nesta trilha tem subida, descida, cascalheira, caminhada sobre pedras, várias quedas d’água e muita (mas muita) beleza! É preciso cronometrar seu tempo para não esquecer da vida (tarefa difícil diante daquela paisagem) e fazer a trilha de volta tarde. O ideal é se planejar para ir cedo e começar o trajeto da volta até às 15h.
Muito cuidado na hora de tirar fotos, selfies, fazer stories… Afinal, você não vai querer perder a vida, se machucar ou perder seu celular por conta de uma foto, né?! Fique atento!
# Quanto custa viajar para a Cachoeira do Tabuleiro?
Eu achei as coisas bem baratas por lá. Para vocês terem ideia dos valores, comprei 3 pastéis (tamanho médio, não é pastel de aniversário, nem pastel de feira) por 5 reais. Mas se você quiser economizar bastante, é só fazer aquele esquema de comprar comida no supermercado e levar.
Os valores de hospedagem variam bastante. Eu aconselho ficar na Pousada da Gameleira, que foi onde eu me hospedei.
Na caixa logo abaixo você encontra outras ofertas de hospedagem próximas à Cachoeira do Tabuleiro com o menor preço garantido.
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# Dicas
Não esqueça de levar:
– E passar (obviamente) filtro solar!
– Dinheiro para pagar a entrada do parque e também para comer, muitos lugares no distrito de Tabuleiro não aceitam cartão.
– Boné/chapéu, pois o sol castiga bastante.
– Pelo menos 1 litro de água no dia da trilha da parte alta. Durante o caminho não tem onde encher a garrafinha, só quando chegar na cachoeira.
– Um lanchinho para comer no meio da trilha, lá dentro do parque não tem como comprar nada.
– Sacola plástica para guardar seu lixo, pois dentro do parque não tem lixeira.
Em hipótese alguma arranque flores ou parte da vegetação para cheirar ou levar pra casa. É muito importante fazer um turismo consciente e preservar a natureza.
Nossa economia foi muito influenciada pelos países que nos colonizaram e portanto mudamos as condições do nosso ambiente para obter produtos e lucro. Removemos a vegetação original, modificamos características do solo, irrigamos, tentando dar condições de plantio de espécies exóticas ou criação de animais também exóticos (original de outra região ou país).
Quando aprendermos a lucrar com uma espécie nativa teremos motivos para investir na preservação das características locais que beneficiam esta espécie. O cerrado tem um potencial enorme de plantas a serem exploradas e para isso deve haver pesquisa e conscientização. Boa sorte para sobrevivência do nosso Coração de Minas, reserva de água, diversidade e cura.
E aí, curtiu o post? Se surgir alguma dúvida pode deixar um comentário aqui embaixo que eu respondo. Lá no nosso INSTAGRAM tem várias fotos da cachoeira, segue a gente lá pra não perder nenhum dos nossos cliques!
Beijos e até mais!
Nasci e cresci no interior de Minas Gerais, sou advogada de formação e consultora de viagens de profissão. Tenho 33 anos e desde sempre sonho em viajar o mundo. Já visitei 37 países (alguns mais de uma vez), tendo morado em 4 deles. Em 2016 criei o blog Partiu Viajar para ajudar e inspirar mais pessoas a viajar.
Meu próximo objetivo.Valeu as dicas.Muito simples e objetiva.
Ei Vander!
Que bom que curtiu as dicas. Tenho certeza que você vai adorar a Cachoeira do Tabuleiro!