Não é preciso ir ao Japão para conhecer a cultura do país, no Brasil temos uma grande comunidade japonesa. Para te mostrar que isso é verdade, no post de hoje vou te contar sobre a cultura japonesa em SP (e não vou falar só sobre comida não rs).
Até junho eu não sabia quase nada da cultura japonesa, nem sobre a comida, visto que não como peixe haha. Mas aí participei de um evento maravilhoso chamado Japão.BR, que aconteceu nos dias 27, 28 e 29/06 em São Paulo. Ele foi organizado pela Patricia, do Blog Bagagem de Memórias. O objetivo principal do evento é divulgar a cultura japonesa em SP e no Brasil.
“Até a mais longa jornada começa com um único passo.”
(provérbio japonês)
CONTINUE LENDO para conferir as dicas de onde aprender mais sobre a cultura japonesa em SP (museus, restaurantes, aula de mangá etc)
# Primeiro dia – Cultura japonesa em SP
BUNKYO – palestra sobre os valores da cultura japonesa
A abertura do evento aconteceu no prédio da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, o BUNKYO, que é a maior referência de cultura japonesa no Brasil. A primeira atividade do dia foi uma palestra ministrada pela Carla Okubo ( insta ), na qual aprendemos um pouco sobre valores, etc.
Valores importantes para os japoneses: hierarquia; pontualidade; responsabilidade em grupo; união e harmonia; pensamento no coletivo; manter a tradição; cortesia e gentileza.
A lenda do GATO DA SORTE: o Maneki-Nekô é aquele gatinho branco que fica balançando a patinha para frente e para trás (ou que não balança, mas que têm ela levantada). Ao fazer isso, ele está chamando por felicidade e fortuna. Reza a lenda que uma senhora dona de uma estalagem tinha um gato que toda manhã se espreguiçava e limpava os olhos na frente do local. Os viajantes enxergavam o ato de limpar os olhos como um aceno para que entrassem no comércio.
Obs: segundo a superstição, o gatinho precisa ser presente, você não deve comprá-lo.
Valores da cultura: omotenashi – sem esperar nada em troca (tratar a pessoa da melhor forma possível; antecipar as necessidades do outro; a arte de bem cuidar); gaman – resistência tranquila (aguente firme , sem reclamar); mottainai – não desperdice, reaproveite (não perca comida, tempo, materiais… dê valor para tudo que está ao seu redor); kansha – sentimento de gratidão por tudo e por todos.
Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil
Após a palestra, fomos fazer um tour guiado no museu, que também está localizado no BUNKYO. Quem guiou nosso tour foi o Sr. Paulo Takeda, quanto conhecimento ele tinha para compartilhar! Além disso, muito engraçado e simpático.
Você sabia que o primeiro navio com imigrantes japoneses chegou no Brasil em junho de 1908? A viagem durava em média 60 dias e, após esse longo período em alto mar, eles chegavam em um país cuja língua era diferente, os costumes, a comida… praticamente tudo!
Nessa época o Brasil não queria emigrantes orientais, pois eles queriam “esbranquiçar” a população e não “amarelar”, eles queriam emigrantes europeus.
Em breve vou publicar um post exclusivo sobre o museu e contar mais sobre a história do povo japonês. Enquanto isso você pode ver mais detalhes no site oficial: http://www.museubunkyo.org.br/
Desmistificando a comida
Muita gente pensa que comida japonesa se resume a sushi, sashimi e temaki rs. Mas posso te afirmar que não é bem isso não, viu?! Nosso primeiro almoço foi no restaurante Komei, que fica no Bairro da Liberdade, na Rua Thomaz Gonzaga. Eu pedi um delicioso tonkatsu, que é carne de porco empanada e frita.
Vou fazer um post específico sobre a culinária japonesa e os melhores lugares para saboreá-la em SP. Fica ligado aqui para não perder!
Pavilhão Japonês
Após o almoço visitamos o Pavilhão Japonês que fica no Parque do Ibirapuera. Lá fizemos um tour guiado com o Eduardo Goo Nakashima. Aprendi mais coisas sobre a cultura, como fatos sobre a cerimônia do chá, o jardim japonês…
Esse altar aí de cima simboliza uma corte, no topo estão os senhores feudais. Após o tour fizemos um pausa para o café 🙂
Conhecendo o Taiko
Depois da visita ao Pavilhão, seguimos para o que achamos que seria apenas uma apresentação de Taiko com o grupo @himawaritaiko , mas que na verdade era uma apresentação + workshop! Foi uma surpresa maravilhosa!
O taiko são os tambores. Antigamente também tinham a função de avisar a população de uma determinada área sobre um desastre natural. O camponês ia até o alto da montanha e tocava o tambor para avisar a todos.
A apresentação do grupo foi muito legal e a aula incrível! Eu achei que não ia conseguir tocar nada, pois sou bem desprovida de ritmo, mas consegui =).
Desmistificando a comida – II
Após tanto exercício físico, todos nós precisávamos de comida rs. Seguimos então para o restaurante Samurai ( @restaurante.samurai ). Lá pedi yakissoba e uma sopa de missô ou missoshiro ( que é preparada com soja, hondashi, tofu, cebolinha).
# Segundo dia – Cultura japonesa em SP
O segundo dia começou bem cedo, nos encontramos às 7:30 para sair rumo ao Parque Ecológico Imigrantes.
Parque Ecológico Imigrantes
O parque é uma realização da Fundação Kunito Miyasaca. Lá, em meio a Mata Atlântica, pude observar e aprender várias coisas sobre plantas, animais, exploração sustentável e inclusão social.
Localizado a 42 km da Av. Paulista, é uma excelente dica de passeio para adultos e crianças, inclusive aqueles que tem mobilidade reduzida, visto que o parque é todo adaptado.
Funcionamento: visitas individuais podem acontecer de terça a quinta, já as visitas em grupo (acima de 5 pessoas) são às segundas ou sextas-feiras. Em qualquer um dos casos é preciso fazer o agendamento da visita.
Mais detalhes no site oficial:https://www.parqueecologicoimigrantes.org.br/
Desmistificando a comida – III (marmita japonesa)
Voltando do parque conheci a famosa marmita japonesa rs. O nome dela é bento (também conhecida como obento). Na minha tinha frango empanado, arroz, omelete e legumes cozidos. Aprovei!
Japan House
Já no lado de fora pudemos observar o ar contemporâneo do projeto do arquiteto Kengo Kuma, sendo a fachada feita de madeira vinda do Japão. A Japan House é mais que um projeto cultural do governo japonês. Além da unidade situada na Avenida Paulista, existe uma em Londres e outra em Los Angeles.
No piso térreo existe uma estante enorme cheia de livros. Os mesmos não estão a venda, são para o visitante pegar e ler por ali. A maioria deles veio do Japão, com exceção de alguns que estão traduzidos para o português.
No último piso estava acontecendo uma exposição chamada “Japão 47 artesãos” (que é o número de províncias que o Japão tem). Estavam expostas uma peça feita por um artesão de cada província. Conseguimos, também, dar uma espiadinha na exposição “Do: a caminho da serenidade”, que ia estrear no dia posterior a nossa visita.
Para saber quais exposições estão rolando dá uma conferida no site oficial: https://www.japanhouse.jp/saopaulo/
Após o tour na Japan House fomos contemplados com um café especial no Café Sabor Mirai, que funciona lá dentro, no piso térreo.
Desmistificando a comida – IV
Nosso almoço/jantar do dia foi no restaurante São Paulo Tokyo. Lá tivemos uma aula para aprender a fazer temaki e depois de tanto aprender comemos um delicioso rodízio!
Aula de mangá
Depois de muiiita comilança fomos para nosso workshop de mangá, na Japan Sunset – escola de mangá. O nosso professor foi o Fábio, ele nos contou um pouco da história do mangá e depois nos ensinou a desenhar.
Eu achei um máximo! Não sei desenhar bem e consegui fazer um mangá bem bonitinho (olha aí na foto abaixo, ficou legal ne? Não sou um Picasso, mas…)
# Terceiro dia – Cultura japonesa em SP
No 3º e último dia do evento, tivemos um walking tour especial pelo bairro da Liberdade com a Patrícia e depois um almoço de encerramento.
Tour pelo Bairro Liberdade
No tour passamos por vários lugares importantes como o portal japonês, a Capela dos Aflitos, um jardins japonês, a rua Thomaz Gonzaga (rua com vários restaurantes bons), etc. Foi muito bacana! Em breve vai ter post específico sobre o tour, fica de olho!
Encerramento
O almoço de encerramento aconteceu no Hotel Analia Franco Blue Tree, que fica localizado no bairro Analia Franco, em frente ao Parque Esportivo dos Trabalhadores (região próxima a Tatuapé). A fundadora da rede é Chieko Aoki, empresária nipo-brasileira. Após o almoço fizemos um tour para conhecer as instalações do hotel, que conta com suítes espaçosas, piscina, academia, sauna, etc.
Participaram do evento junto comigo: a Deisy (São Paulo Sem Mesmice), a Carol (Idas e Vindas), a Alessandra (Viagens de Cá pra Lá), a Kellen (Trilha Marupiara), a Patrícia (Patricia Viaja), Tissiana (Roda nos Pés), Rafa (SP da Garoa), Tati (Por mais um Carimbo), Ediléia (Qualquer viagem. Eu vou!), Dani (Dani Turismo), Paloma (Diário de turista).
Por hoje é isso! Espero que tenha gostado das minhas dicas sobre onde aprender mais sobre cultura japonesa em SP. Aqui no blog temos outros posts sobre São Paulo, inclusive o “Quanto custa viajar para São Paulo: tabela de gastos em 3 dias“, no qual falo sobre gastos com passeios, acomodação, etc.
Ah, não esquece de conferir nosso Instagram @partiuviajarblog , sempre tem novidades e dicas por lá também! Um beijo e até mais!
Nasci e cresci no interior de Minas Gerais, sou advogada de formação e consultora de viagens de profissão. Tenho 33 anos e desde sempre sonho em viajar o mundo. Já visitei 37 países (alguns mais de uma vez), tendo morado em 4 deles. Em 2016 criei o blog Partiu Viajar para ajudar e inspirar mais pessoas a viajar.