Ouro Preto é uma cidade super turística e possui muitas coisas legais para você conhecer. Tem Igrejas, museus, cachoeiras, minas de ouro, etc. No post de hoje vou falar sobre como foi visitar algumas minas de ouro em Ouro Preto e qual delas vale a pena visitar.
# Minas de Ouro Preto
Primeiramente, vale dizer que a cidade tem várias minas de ouro, umas 12 no total. Até hoje eu consegui ir na do Chico Rei, na do Palácio Velho, na da Passagem (em Mariana) e na do Jeje.
CONTINUE LENDO para saber como foi visitá-las!
Ah, caso você esteja planejando sua viagem aqui para Ouro Preto, é bom também ler os posts “O que fazer em Ouro Preto em 3 dias – Roteiro escrito por quem mora na cidade“, o ” Visita ao Museu da Inconfidência em Ouro Preto” e o “Quanto custa viajar: Ouro Preto em 4 dias“.
Vamos às minas!
# Mina do Chico Rei
História
É uma das maiores da região de Ouro Preto. Foi fundada em 1702 e somente em 1985 foi aberta à visitação.
Chico Rei era um escravo africano que veio para Ouro Preto para trabalhar na mineração do ouro. Aqui, ele lutou pela alforria dos escravos e tornou-se um líder, um símbolo da liberdade. Anos depois, Chico Rei comprou a mina em que trabalhou (conhecida como Mina Encardideira) e alforriou vários amigos. Todos sabiam que o rendimento da mina era usado para alforriar os escravos e que ele viveu uma vida de muitos sofrimentos.
Estrutura
A Mina possui estacionamento próprio logo na entrada. Ela também possui um restaurante (comida a la carte), porém é necessário fazer reserva antecipada. Se o dia estiver quente o visitante poderá se refrescar em uma piscina natural que tem lá (dentro da propriedade, porém fora da mina).
O passeio
Nosso guia foi o Humberto, que começou nos falando sobre a história do Brasil e dos atuais donos da mina. Logo aí no início da visita já aprendi de onde veio aquela expressão “tá com o bucho cheio”, você sabe? Para ganhar comida os escravos tinham que encher um pote, que era chamado de bucho, com ouro. Só aqueles que enchiam o bucho é que ganhavam comida, daí surgiu a expressão.
Após essa conversa inicial, fomos para a recepção pagar e pegar nossos capacetes. O uso do capacete é importante pois a mina é baixa e você pode bater sua cabeça no teto. Eu bati umas duas vezes, mas não doeu por causa do acessório.
O passeio é todo guiado, recebemos informações o tempo inteiro, muitas histórias interessantes. Teve um momento que tivemos que passar por uma parte mais complicada, quase uma “escalada” (não foi escalada, é que eu tive que colocar as mãos nas pedras para não escorregar rs). Mas quem não quiser passar nesse lugar podia ficar esperando, o guia perguntou e todos toparam.
Observação: existe um outro tipo de tour, que é o radical. Ele dura mais ou menos 3 horas e passa por lugares de difícil acesso, tem parada para nadar em uma piscina dentro da mina, etc. Talvez eu volte pra fazer ele qualquer dia desses, me pareceu bem interessante.
Informações úteis
Entrada = R$25
Duração da visita = 30 a 40 minutos (média)
Horário de funcionamento = 08h às 17h, de segunda a segunda.
Endereço = Rua Dom Silvério, nº108 (fica próxima a Igreja de Nossa Sra da Conceição).
Telefone para contato = 31 3551-1749
# Mina do Palácio Velho
O passeio
O nosso guia foi o Dudu, grande conhecedor da história e cultura africana. Antes de entrar na mina ele nos deu uma aula de história, explicou sobre o período da exploração do ouro, falou sobre os escravos.
Quando a extração do ouro começou a ser explorada ela era feita à mão na cabeceira do rio. Após, o ouro começou a ficar um pouco mais escasso e adotaram o método da decantação. Nessa parte ele explica a origem de uma expressão muito conhecida nossa, não vou contar para não estragar a “surpresa”.
Entramos na mina e percorremos os túneis enquanto o Dudu nos contava as histórias. Em determinado momento ele nos mostrou diversos tipos de argila e nos contou para o que era usado cada tipo: fins medicinais, maquiagem, na pintura de igrejas…muito interessante!
Você sabia que… a expressão “de cabo a rabo” que significa conhecer uma coisa do começo ao fim teve origem no período das navegações portuguesas?! Ela surgiu pois naquela época a rota de circulação na África ia da Cidade do Cabo a Rabah (no Marrocos), “cabo a rabah”. Ou seja, atravessava todo o continente.
Nosso tour durou mais ou menos 40 minutos. Saí de lá sabendo várias coisas legais sobre a história do Brasil.
Estrutura
Os túneis da mina são mais amplos e não houve necessidade de andar curvado, mas mesmo assim o uso do capacete é obrigatório. Lá tem escadas em alguns trechos e corrimãos também. Porém, ainda assim não indico para quem tem muita dificuldade de locomoção.
Observação: possuem o tour radical, porém este deve ser agendado com antecedência e acontece mediante disponibilidade.
Informações úteis
Entrada = R$25
Duração da visita = 30 a 40 minutos (média)
Horário de funcionamento = 08h às 17h, de segunda a segunda.
Endereço = Rua Dom Silvério, 159
Telefone para contato = 31 3552-5091
Site = https://minasdopalaciovelho.com/
# Mina da Passagem
A Mina da Passagem é bem diferente! Primeiro porque ela não foi explorada por escravos e segundo porque ela não é estreita igual a do Chico Rei e Palácio Velho, por exemplo.
De 1827 a 1927 a mina foi explorada pelos ingleses e depois foi vendida para a família Guimarães. Somente em 1972 a família Rodrigues herdou a mina. Sendo que foi aberta a visitação em 1979. A exploração cessou em 1985 pois já não era mais lucrativa, nessa época a proporção de ouro encontrada era em média 8 gramas por tonelada.
O passeio
Nossa guia foi a Bárbara, que explicou tudo muito bem e ainda tirou fotos sensacionais!
O tour começa na superfície, fora da mina. Para chegar até a mina é preciso percorrer 315 metros para descer 120 metros de profundidade. Esse percurso é feito em um carrinho MUITO legal, tipo uma mini montanha russa haha.
Chegando lá embaixo começamos a explorar a mina. A Bárbara nos contou várias histórias!
É possível praticar mergulho no túneis alagados da mina (mediante agendamento prévio). A água é cristalina (a visibilidade chega a 50 metros) com temperatura constante de 21 graus. A profundidade do trecho alagado chega a 240 metros, porém a maioria dos mergulhos é feita até os 21 metros, sendo que a profundidade máxima até o momento é de 74 metros.
Em determinado momento do tour chegamos às piscinas! E adivinha? É possível nadar! Isso mesmo! A água não é gelada e é super transparente. Leva roupa de banho pois é sensacional!
Estrutura
Ela é beeeeem grande e seus túneis são altos, assim não há necessidade de andar abaixado em nenhum momento. Lá existe restaurante, estacionamento, banheiros e um pequeno museu.
Fica situada entre Mariana e Ouro Preto, sendo possível pegar um ônibus urbano na Praça Tiradentes e descer bem pertinho da mina. Se preferir ir de carro, são apenas 7,5 km de distância da Praça.
Informações úteis
Entrada = R$88 (porém de tempos em tempos têm promoções). Obs: crianças de 0 a 5 anos não pagam.
Duração da visita = 40 a 45 minutos (média)
Horário de funcionamento = 09h às 17h, de segunda a segunda.
Endereço = Rua Eugenio E. Rapallo, 192, Mariana – MG.
Telefone para contato = 31 3557 5000
Site = https://mariana.minasdapassagem.com.br/
Pagamento somente em DINHEIRO.
# Mina do Jeje
A Mina do Jeje foi aberta à visitação em 2007 e fica situada no Bairro Alto da Cruz, um pouco mais longe do burburinho do Centro histórico. Para chegar até ela você pode ir caminhando, são apenas 1,3 km sem muito morro. Ela funciona de segunda a segunda, das 09h às 17h. A entrada é R$30, sendo que estudantes, idosos e professores pagam metade.
A parte aberta à visitação é pequena, a visita dura cerca de 20 minutos. Os corredores são mais amplos, não tem necessidade de andar abaixado como em alguns pontos da Chico Rei.
# Minas de Ouro Preto – Quais valem a pena?
A minha opinião é: escolha duas minas para visitar, pois as de Ouro Preto são bem diferentes da Mina da Passagem, vale muito a pena visitar duas! Entre as minas de Ouro Preto, aconselho a do Chico Rei e a Palácio Velho, elas são mais interessantes que a do Jeje.
Por hoje é isso! Espero ter te ajudado a escolher uma mina para visitar, pois elas fazem parte da nossa história e valem a pena serem visitadas. Para ver mais fotos da cidade segue a gente no Instagram ( @partiuviajarblog ), tem novidade toda semana!
Ahhh, se precisar de dicas de onde ficar em Ouro Preto me manda um email que te dou algumas sugestões =)
Beijos e até mais!
Nasci e cresci no interior de Minas Gerais, sou advogada de formação e consultora de viagens de profissão. Tenho 33 anos e desde sempre sonho em viajar o mundo. Já visitei 37 países (alguns mais de uma vez), tendo morado em 4 deles. Em 2016 criei o blog Partiu Viajar para ajudar e inspirar mais pessoas a viajar.
Eu acho as minas muito interessantes, mas não consigo visitar porque tenho claustrofobia. Mas adorei conhecer um pouquinho de cada uma! Essa que tem um carrinho deve ser o máximo, né?
Para quem tem claustrofobia é complicado mesmo visitar as minas hehehe Tem umas que são bem apertadinhas… No seu caso a melhor seria essa do carrinho (Mina da Passagem) pq ela é mais ampla, “espaçosa”.
Perfeito esse guia! De todas que você citou, só conheço duas.
Em breve estarei em Ouro Preto novamente e vou colocar o restante no roteiro.
Ei Gisele, que legal que você já conhece duas das minas que eu citei no post! Muita gente vai a Ouro Preto e não conhece nenhuma rs
Amei as dicas das minas de ouro em Ouro Petro. Adoro passeios que unem atividade/experiência e história. Fiquei curiosa com os passeios mais radicais. Por favor, faça e depois compartilhe como é!
Lulu, eu tbm adoro esse tipo de passeio, acho super interessantes! Quando eu fizer esse tour mais radical venho aqui compartilhar =)
Muito legal as informações sobre as minas em Ouro Preto. Quando estive lá, só visitei uma, agora tenho que voltar para conhecer as outras. Obrigada por compartilhar.
Ei Alessandra, que bom que curtiu o post =)
Volte sim e conheça mais alguma mina de ouro, os passeios são sempre diferentes (pelo menos eu achei rs)!
eu fui nessa mina do palacio velho e adorei o guia, super inteligente e falou as verdades q os livros escondem. minha amiga foi na mina da passagem e gostou, eu n fui pq achei o preco abusivo
Eu tbm adorei o guia da Palácio Velho, pq além de informado ele era engraçado! A mina da passagem apesar de ser mais cara achei beeem diferente/interessante, mas aí o orçamento tem que estar maior mesmo…
A história do “encher o bucho” inventada no passeio do Palácio Velho é lenda. Muito antes de o Brasil existir falava-se “encher o bucho” em Portugal com o sentido de encher a barriga. Encontra-se isso em dicionários do século XIV. E não há nenhum registro documental de que os buracos das minas chamavam-se buchos. Alguém inventou isso, colou e hoje se espalha como se fosse verdade.
Ei Daniel!
Obrigada por compartilhar com a gente! Depois vou ver se consigo ler algum material a respeito do assunto.